quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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MELADO DE CANA

Há cerca de 3 000 anos, os indianos descobriram que, fervendo o caldo da cana (Saccharum officinarum), originária da Nova Guiné, se obtém um xarope que, batido, dá um açúcar rústico hoje conhecido como mascavo. Foi a primeira tentativa de substituir o mel como adoçante. Vem daí a expressão "mel sem abelhas", cunhada pelo rei persa Dario I (550-486 a.C.), que invadiu a Índia e descobriu a iguaria. O segredo do açúcar escuro se espalharia pelo mundo após o século VII, com a invasão da Pérsia pelos árabes. Ao Brasil, a cana chegou em 1532. Seus subprodutos logo entraram na dieta local, dando origem a enorme variedade de doces. O melado é obtido da fervura do caldo de cana até ficar consistente, ao mesmo tempo em que é purificado com a retirada constante da espuma. Mais concentrado, batido até começar a cristalizar e moldado em formas de madeira, ele se transforma na rapadura. Para virar açúcar mascavo, deve ser batido até secar. O melado é, pois, um produto artesanal, sem aditivos. Nos Estados Unidos e na Europa, costuma ser usado como calda para panquecas e em pães e bolos, combinado com canela, raspas de limão, cravo, gengibre, alcaravia, erva-doce, noz-moscada, frutas cristalizadas, banana, uvas passas, amêndoas e nozes. A cozinha cajun, do sul dos Estados Unidos, lança mão dele para besuntar assados e preparar molhos para carnes e frutos do mar. Além dos usos sertanejos - sobre mandioca cozida, batata-doce, queijos ou misturado com farinha de milho ou de mandioca -, pode entrar numa infinidade de pratos, incluindo grande parte das receitas que levam mel.

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